ARPROM – BODAS DE OURO (50 anos – 1967 a 2017)
“Uma Escola de Vida”
“Os agradecimentos a todos pela colaboração, pelo trabalho e pela dedicação aos nossos jovens, com consideração, amor e dignidade, por esta data festiva o nosso aperto de mão pela constante cooperação”
Presidente da ARPROM José Vitta Medina
Editorial
“Não é por acaso que 80% dos guardinhas são efetivados após a aprendizagem”
Uma das instituições que mais orgulham Rio Preto completa nesta semana meio século de atuação com muitas conquistas para celebrar. Fundada em 24 de outubro de 1967, a Associação Riopretense de Promoção do Menor (ARPROM) se especializou em transformar meninos em homens, em cidadãos de bem, oferecendo ensinamento para a vida e abrindo as portas do mercado de trabalho. Ao longo dessas cinco décadas, passaram pela entidade nada menos que 18 mil adolescentes, que seguiram carreira em diferentes ramos de atividade, parte deles hoje ocupando postos de grande relevância na cidade e fora de Rio Preto.Vejam o momento festivo através da galeria de fotos abaixo:
A importância da instituição é atestada, por exemplo, no testemunho de uma de suas mais ilustres revelações, o promotor de Justiça Claudio Santos de Moraes. Em reportagem publicada pelo Diário na edição de ontem, ele bem lembrou que o fato de uma entidade durar 50 anos é praticamente autoexplicativo. “Sua durabilidade demonstra sua importância”, disse, acrescentando: “Contribuiu muito na minha juventude, na minha adolescência. Lá aprendi coisas boas, a conhecer a cidade, a desenvolver trabalhos”.
Atualmente são atendidos 400 menores, todos na faixa dos 14 anos completos. Recebem a atenção de 21 profissionais – educadores sociais, pedagoga, psicólogo, entre outros, participam de cursos direcionados à vocação identificada no dia a dia e recebem reforço escolar em aulas de português, matemática e inglês. Esse primeiro ciclo costuma durar três meses. Depois, são encaminhados para empresas, de acordo com a demanda, mediante contrato entre a ARPROM e a contratante, que pode durar dois anos, período em que atuam na condição de menores aprendizes.
A receptividade é, via de regra, positiva quando se fala nas empresas em requisitar o chamado “guardinha da ARPROM”, obviamente respeitando regras do menor aprendiz e sob a devida atenção e necessária vigilância do Ministério Público do Trabalho. Certamente não é por acaso que 80% dos jovens encaminhados aos requisitantes são incorporados definitivamente ao quadro de funcionários após o período de aprendizagem. Esse índice de aproveitamento ocorre devido a um conjunto de fatores, que vão do preparo prévio na entidade à desenvoltura do candidato, passando pelas condições oferecidas dentro da empresa.
Ajustes podem e devem ser feitos, em processos naturais de melhoramento contínuo. Foi o que ocorreu recentemente em relação à necessidade de dedicar 25% da jornada à participação a cursos profissionalizantes, situação que está regularizada, segundo o Ministério Público. Ao se mostrar aberta a essa adequação, a ARPROM reforça sua credibilidade e justifica a parceria mantida com a Prefeitura. Deixa, por tabela, escancarada uma janela de oportunidades para uma participação mais efetiva de entidades empresariais nesse projeto, que pode ser a porta do futuro para muito mais adolescentes.
Fonte: http://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/2017/10/secoes/opiniao/editoriais/478038-ARPROM-50-anos.html ( Diário da Região – Editorial – 2ª/quinta-feira, 26 de outubro de 2017)
Análise
Cláudio Santos de Moraes – promotor de justiça de 62 anos, foi aluno da ARPROM na época de sua fundação.
‘Contribuiu na minha juventude’
“Eu acho que a ARPROM é uma instituição de muita importância para São José do Rio Preto. Sua durabilidade, ou seja, o tempo que ela existe na cidade demonstra a sua importância.
Ela contribuiu muito na minha juventude, na minha adolescência. Quando entrei tinha de 12 para 13 anos, e lá eu aprendi coisas boas, conhecer a cidade, desenvolver trabalho. Acho muito importante essa experiência. E uma das coisas que acho importante da ARPROM é que pega o adolescente com a condição dele permanecer estudando.
Não foi o meu primeiro emprego porque sempre trabalhei quando criança. Quando entrei na associação, era engraxate na praça Ruy Barbosa, no Centro de Rio Preto. Depois, fui office boy de algumas empresas por meio da associação. Foi bem no início da ARPROM, tanto que meu tempo de serviço contado é 50 anos.
A ARPROM praticamente se responsabiliza ao colocar o adolescente numa empresa. Orienta, prepara o jovem e é responsável pelo vínculo de trabalho.
Seria importante que a ARPROM tivesse condições de atender uma demanda ainda maior, pois sua participação na sociedade tem um reflexo muito grande na cidade. É uma forma de retirar o menino da rua e dar ocupação para ele.”
Fonte (assinatura eletrônica): http://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/2017/10/cidades/rio_preto/477907-cinquenta-anos-dezoito-mil-jovens-e-contando.htmlFonte da foto: https://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/2017/10/secoes/blogs/coluna_do_diario/478221-mais-um-cai-na-malha-do-auxilio-atleta.html
Cartas do Leitor
“Quero parabenizar os diretores, colaboradores e jovens da (ARPROM) Associação Riopretense de Promoção ao Menor pelos seus 50 anos de relevantes serviços prestados à comunidade.
Tenho muito orgulho de testemunhar que, em 1993, fui guarda mirim dessa instituição tão nobre. A ARPROM foi de fundamental importância para eu ingressar no mercado de trabalho, através do primeiro emprego. Se hoje sou um cidadão de bem, devo com gratidão a todos vocês. Parabéns, vida longa à ARPROM. ”
– Harley Pacola, Rio Preto.
Fonte: http://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/2017/10/secoes/opiniao/cartas_do_leitor/477929-ARPROM.html – Cartas do Leitor – 24/10/2017 – 23h24min / Atualizado 24/10/2017 – 23h24min
Fonte da foto: https://pbs.twimg.com/media/DK4qtDMXkAAqjma.jpg
ARPROM – Cinquenta anos, dezoito mil jovens e contando…
“Em meio século de existência, esse é o saldo de adolescentes preparados e encaminhados para o mercado de trabalho pela Associação Rio-pretense de Promoção do Menor (ARPROM). Atualmente, são atendidos 400.”
Em 50 anos, já passaram pela Associação Rio-pretense de Promoção do Menor (ARPROM) 18 mil adolescentes. Atualmente, 400 deles têm ou buscam a oportunidade de ter o primeiro vínculo empregatício formal. Fundada em 24 de outubro de 1967, a instituição tem o objetivo de preparar e encaminhar os jovens para o mercado de trabalho.
Caso de Emily Isabely, de 15 anos. Há um mês, ela frequenta a convivência, como é chamado o período de três meses. Em julho, ela descobriu um linfoma, tipo de câncer, no joelho, e passa por quimioterapia a cada 21 dias. As atividades têm ajudado durante o tratamento.
“Estava me sentindo sozinha porque estava em casa sem fazer nada. Me acolheram muito bem, não fizeram nenhuma brincadeira de mau gosto. Vir para a ARPROM foi uma coisa maravilhosa. Aqui eu converso, aprendo coisas novas”, descreve a aluna do nono ano do ensino fundamental. Emily diz que qualquer oportunidade de trabalho será bem-vinda no momento, mas seu sonho é ser pedagoga. “Levava minha irmã na escola e via aquelas professoras cuidando de um monte de criança. Fui me apaixonando”, lembra.
Samuel Pedro de Morais Carvalho, 17 anos, trabalha há oito meses como separador em uma loja de autopeças e está gostando da primeira experiência de trabalho. Com o pagamento de um salário mínimo, ele consegue comprar o que deseja e ajudar a família nas contas de casa. “Ensina bastante coisa, não só para o mercado, mas para a vida. A empresa vê que você está aprendendo”, diz. Seus planos para o futuro são cursar faculdade de educação física.
História
A ARPROM foi fundada atendendo 50 meninos de 12 a 14 anos selecionados entre os que frequentavam as praças centrais da cidade, trabalhando principalmente como engraxates. Por meio de uma parceria com a Polícia Militar, eles passaram a atuar como auxiliares de trânsito, surgindo daí o apelido de “guardinhas”. Em 1980, já havia 450 menores no efetivo. Na década seguinte, eram 750. Atualmente, mantém parceria com a Prefeitura de Rio Preto para manutenção das atividades.
A ARPROM atende também meninas. O foco principal são os alunos que estejam em situação de vulnerabilidade social. É preciso ter 14 anos completos e frequentar a escola. A fila de espera para quem estuda durante o dia é de 300 pessoas. Já as inscrições para quem frequenta a escola no período noturno estão abertas.
Além do curso direcionado para cada área, os adolescentes também contam com reforço escolar, matemática, português e inglês, além de visitas a locais históricos, como a biblioteca, e atividades culturais e educativas.
Ao todo atuam 21 profissionais, inclusive psicopedagoga, psicólogo e educadores sociais. Depois do curso, o menor é encaminhado para o mercado – dependendo da demanda das empresas, isso pode ocorrer antes dos três meses. O contrato com a firma tem duração de dois anos. Segundo a coordenadora Maria Luiza Bueno, 80% dos jovens são definitivamente incorporados ao quadro de funcionários da empresa quando termina o período de aprendizagem.
“Para o jovem essa oportunidade de trabalho é importante porque eles têm o pontapé inicial. É muito difícil uma empresa dar oportunidade”, fala ela. A coordenadora diz que não há sonho difícil demais de ser realizado. “A partir do momento que estão aqui dentro têm a possibilidade dos sonhos. A gente abre esse leque. Ele consegue e ele pode.”
Determinação
Em 2016, o Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou que a ARPROM não estava cumprindo o que determina a lei do menor aprendiz de oferecer o curso profissionalizante em conjunto com o trabalho do adolescente. Segundo a assessoria do órgão, a entidade assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), apresentou documentos e nova auditoria foi feita no último mês. Nada de irregular foi constatado e o MPT continuará acompanhando o caso.
Fonte (assinatura eletrônica): http://www.diariodaregiao.com.br/_conteudo/2017/10/cidades/rio_preto/477907-cinquenta-anos-dezoito-mil-jovens-e-contando.html
(Millena Grigoleti – 24/10/2017 – 22h15min / Atualizado 24/10/2017 – 22h58min)
Fonte da foto: Mara Sousa – arquivo:24/10/2017
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